Guia “I Borghi più belli d’Italia”
Desde quando um "pulinho" a uma livraria pode ser inofensivo? Jamais! Saí de lá com um guia de viagens chamado "I Borghi più belli d'Italia" e desde então descobri uma nova paixão.
Edição de 2015/2016 |
Em 2016 eu descobri um novo
hobby que eu nunca tinha ouvido falar e que eu jamais pensei que pudesse virar
um hobby: conhecer “borgos”. E aí já começa a parte difícil: como traduzir e
explicar o que é um “borgo” (“borghi” no plural) em português? Jogando no Google
tradutor eu achei: aldeia, vila, vilarejo e povoados, mas todas essas opções
não soavam muito bem, nem menos interessantes! Então, fui pesquisar mais um
pouquinho e achei algumas explicações. Inclusive me lembrei das aulas de
literatura e história sobre a Idade Média, que era um dos meus períodos
preferidos. Alguém se lembra de “burgos”?
O que é um borgo?
É difícil explicar exatamente
o que é um borgo, pois sua definição
foi mudando ao longo do tempo e varia de país a país. Atualmente é definido como um centro habitado de
dimensão e importância medianas, caracterizado por uma economia essencialmente comercial e com uma periferia de caráter agrícola. ou ainda como uma parte da cidade que se estende
fora das redondezas da antiga muralha.
Existem duas hipóteses sobre a origem da palavra borgo. A primeira seria da origem germânica burgs (cidade fortificada), que teria sido adotada pelos romanos para designar a torre do sistema defensivo contra os bárbaros. Outra hipótese é que a palavra borgo deriva de burgus, do greco significando"torre" ou "fortaleza". Dessa forma, a palavra borgo também pode ser explicada como uma cidade fortificada. É muito interessante a parte da definição sobre "torre", pois visitando esses borgos pela Itália você ouve e lê muito sobre a “torre” e as suas histórias.
Existem duas hipóteses sobre a origem da palavra borgo. A primeira seria da origem germânica burgs (cidade fortificada), que teria sido adotada pelos romanos para designar a torre do sistema defensivo contra os bárbaros. Outra hipótese é que a palavra borgo deriva de burgus, do greco significando"torre" ou "fortaleza". Dessa forma, a palavra borgo também pode ser explicada como uma cidade fortificada. É muito interessante a parte da definição sobre "torre", pois visitando esses borgos pela Itália você ouve e lê muito sobre a “torre” e as suas histórias.
Na Alemanha e no norte da
França, onde o conceito e o nome romano “civitas” (cidade) era menos difuso, burgus foi também definido como a parte interna dos muros, isto é, a cidade. Dessa
forma, quem estava dentro da muralha foi chamado de burguesia/cidadão (bürger e bourgeois), enquanto tudo aquilo que se encontrava além da muralha,
subúrbio ou periferia (vorburg e faubourg).
O guia
Comprei o guia “I Borghi più
belli d’Italia” em 2016 e por isso ainda não adquiri a edição mais nova de
2017 (12,90 €). Sim, fiquei com vontade de comprar a edição nova, mas quando fui ver no
site oficial, eles mesmos diziam que não mudava muita coisa e que o guia tinha
sofrido basicamente só uma nova repaginação de layout. É verdade que eles acrescentaram 21 borgos novos, ao invés de 250, agora são 271, mas por enquanto vou me contentar com essa edição de 2016.
O que é diferente e
interessante desse guia é a sua proposta. Eu não fazia ideia quando eu o comprei.
Não é só mais um livro de guia turístico com algumas informações, este guia tem
um objetivo que é o de incentivar o turismo nessas pequenas vilas. Para
entender melhor, achei mais fácil traduzir as palavras de Dario Franceschini,
ministro dos bens e das atividades culturais e do turismo da Itália.
“Estas páginas nos devolvem um retrato de uma Itália aparentemente menor,
que na verdade protege uma parte importante na nossa identidade. Um guia útil e
ágil que desvenda o charme de lugares sem tempo não só para turistas
estrangeiros, mas para nós mesmos. Até mesmo uma viagem perto de casa pode nos surpreender.
É possível descobrir paisagens deslumbrantes que até então a sua existência era
ignorada, pequenas joias esquecidas, óperas de arte escondidas.
Uma das peculiaridades italianas é que os tesouros artísticos e
culturais não estão concentrados apenas nas grandes cidades, mas dispersos
capilarmente sobre todo o território nacional. Em realidades como Roma, Veneza
e Florença que possuem o centro histórico sob pressão, já nos limites da sua
saturação de excesso de visitantes, o desafio deve ser aquele de fazer conhecer
a beleza pungente presente em todo o País, um “museu difundido” sem comparações
no mundo. Se imaginarmos um modelo de turismo responsável e sustentável,
apostando em itinerários e caminhos que valorizem as excelências destas
pequenas mas preciosas comunidades ainda pouco conhecidas, nascerão grandes potenciais
de desenvolvimento. Os burgos então não são só uma maravilhosa herança do passado,
mas também uma âncora estratégica para o futuro. Vamos visitá-los e amá-los
como eles merecem. Deixamos que a magia que se respira passeando ou pedalando
por suas praças nos conquiste, do calor da hospitalidade, da singularidade dos
seus produtos, dos sabores e das tradições, da sua extraordinária variedade
ambiental e arquitetônica. Boa leitura.”
Achei essas palavras geniais e
logo pensei como seria bom um projeto desse porte e gênero no Brasil. Logo nós
com toda aquela extensão territorial maravilhosa e tanta cultura misturada tudo
junto. Não temos toda essa bagagem histórica nas costas, pois como país ainda somos
um bebezinho, mas por que não explorar o que já conquistamos até agora? Tenho
esperança que um dia vamos chegar lá!
Mas voltando para o turismo
italiano, esse guia me despertou uma grande curiosidade para conhecer melhor a
Itália e confesso que até agora tem me ajudado muito a entender e a sobreviver
nesse novo país que escolhi como casa.
A partir disso tudo, resolvi
que escreverei sempre alguma coisinha ou publicarei alguma foto no Instagram sobre um desses
borgos que eu visitar. Assim quem sabe tudo isso não me ajude a não perder o
meu português, a melhorar o meu modo de escrever e a combater um
possível-futuro Alzeihmer!
(Fonte: Treccani, la cultura italiana, por Gian Piero Bognetti; "I Borghi più belli d'Italia", anno 10, numero 1; Wikipedia 22 de março de 2017 hora 21:48)
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