Nomes na Itália – Parte I
Traduzindo nomes
Não,
este não é um post só para mulheres grávidas ou pessoas que procuram um nome
para seus filhos. É um preparo psicológico para um outro shock cultural entre Brasil e Itália.
A
primeira coisa que vc precisa saber sobre esse assunto é que os italianos
traduzem TODOS, absolutamente todos os nomes. Isso quer dizer que para a
maioria dos italianos os nomes escolhidos para seus filhos são em italiano.
E se passou pela sua cabeça: hãn? Não
entendi nada. Vc acabou de ter a mesma reação que eu tenho todo o tempo.
Como um bom italiano carola, meu marido usou um exemplo que funcionou comigo:
nome dos papas.
No Brasil
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Na Itália
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Bento XV
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Benedetto XV
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João Paulo I
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Giovanni Paolo
I
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Francisco
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Francesco
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Ou
seja, italiano não gosta quando outro italiano dá um nome “estrangeiro” como,
por exemplo, Justin. Já começa que, como eu disse, eles não conseguem nem pronunciar esse nome.
Eu sei que para nós brasileiros isso é
muito confuso e difícil de entender, porque se eu escolho o nome Pietro, não é Pedro, é Pietro, se não eu eu teria escolhido Pedro, oras bolas. Mas é a cultura deles que vale a pena aprender e entender mais um pouquinho.
muito confuso e difícil de entender, porque se eu escolho o nome Pietro, não é Pedro, é Pietro, se não eu eu teria escolhido Pedro, oras bolas. Mas é a cultura deles que vale a pena aprender e entender mais um pouquinho.
Mas continuando, quem diria, logo os italianos que tem tanta fantasia e criatividade. Júlia é Giulia, sem
variações e ponto final. E não existe Giulianna / Juliana. Rafaela é Raffaella
com todas essas consoantes repetidas. Giovanni é só com dois “n”. Marisa existe
só assim mesmo, não tem Marise. E nomes que terminam com “s”? Lucas, Carlos,
Marcos, Matheus, Vinícius não existem e eles ainda tiram sarro imitando um sotaque
espanhol. Ricardo no Brasil tem só um “c” e não é Riccardo. Ou ainda Caterina,
Katerina, Catarina, Katharina, Catarine, Katarine... resumindo, variações com “c”,
“k”, “a” e “e”, deixam eles malucos! E com Vittoria? Victoria, Vitória, com
acento, sem acento, com “c”. Felipe / Filipe é Filippo.
Enfim,
milhões e milhões de exemplos. E tem mais um agravante para nós brasileiros, pois
não temos a orelha treinada para sentir a diferença entre uma palavra com duas
consoantes repetidas ou uma só. Quando eu pergunto um nome e eles me respondem:
Gabriella. E se eu pergunto: com dois “L”? PÂNICO! Eles travam. Eles
simplesmente não entendem a pergunta e continuam a repetir o nome cada vez mais
alto: GA-BRI-ELLLLLLL-LLLLLLAAAAA! Que para nós reles brasileiros, é tudo
igual. Outro dia eu estava no celular e precisava enviar um e-mail e fiz o grande erro de pedir o endereço e começa:
A: Grottanelli.
Detalhe, vcs já viram quantas consoantes repetidas? Respira fundo e pergunta.
Eu: Com dois "T"?
A: Sim! Como a palavra "grotta" (que em português é gruta).
O que eu fiz? Claro que fingi que e sabia que "grotta" era com dois "T".
Eu: ah sim, claro. E "nelli"? Com dois "N" e/ou dois "L"?
Porque acreditem, poderia ser: Grottannelli.
.
.
.
Silêncio do outro lado... depois de três segundos.
A: NEEEEE-LLLLLLLLLIIIIII
Eu:
Portanto, a minha dica? Memorize como se escreve o nome dos italianos. Ou simplesmente no fim
da conversa jogue no Google, porque com certeza se é uma italiana, Gabriela, por exemplo não será jamais Gabriela com um “L” só.
E vc? Já passou por alguma experiência parecida ou conhece outro país que faça como a Itália?
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